sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Noviça Rebelde (The Sound Of Music) - 1965

Os Alpes austríacos servem de cenário para esse encantador musical. Pouco antes da invasão nazista na Áustria, uma jovem noviça vai trabalhar de governanta na casa de um rígido ex-capitão da marinha, viúvo e com sete filhos. Os filhos do capitão Von Trapp são mantidos quase que em uma ditadura exercida pelo pai e para chamar um pouco de atenção as crianças costumam ser impossíveis com as governantas. No entanto, a chegada da “noviça rebelde” trará um pouco de alegria e muita música para as crianças, além de amolecer o coração de seu pai.

“The Sound Of Music” foi um dos musicais mais famosos e rentáveis da Broadway. A adaptação para o cinema foi dirigida por Robert Wise. Não podemos esquecer da dupla de compositores Richard Rodgers e Oscar Hammerstein que criaram as inesquecíveis musicas da peça e produziram o filme. A história da noviça é baseada em fatos reais, e a verdadeira Maria chega a aparecer como figurante no filme.

Julie Andrews é a protagonista da história. Sua voz, sua dança e sua performance realmente são o que chamam de ameaça tripla.Conseguimos nos emocionar desde a primeira cena: a filmagem de longe das montanhas e a chegada dessa exuberante noviça que canta por amor ao som da musica.

As crianças Von Trapp também merecem destaque no filme. Souberam atuar de uma forma natural e inocente, é claro que a maior parte dos créditos por isso é do diretor. Imprevistos como queda de dentes e o crescimento além do esperado de um dos meninos (como eles ficavam em ordem de tamanho, no final do filme o segundo da fila estava maior que a primeira, desse modo ele tinha que se abaixar um pouco quando ficava do lado dela no final das filmagens) fizeram parte das filmagens.

Acredito que a parte Nazista do filme serviu como a cereja do bolo. Sem esse detalhe o filme seria provavelmente menosprezado pela Academia, como é até hoje com diversos musicais merecedores da estatueta. Ganhador de cinco Oscars, inclusive melhor filme, “A Noviça Rebelde” está na prateleira de qualquer colecionador e apaixonado por musicais, inclusive na minha!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Edith Head

Pegando o gancho de Hitchcock, vou fazer um breve resumo sobre uma estilista que trabalhou exaustivamente na grande maioria dos filmes do tio Hitch. Edith Head foi com toda a certeza a maior estilista da história do cinema. Ela nasceu em Nevada, mas logo se mudou para Califórnia. Foi professora de Francês durante anos em algumas universidades americanas e tomava aulas de arte a noite.

Em 1924, apesar da falta de experiência no mundo da moda, foi contratada como desenhista de roupas pela Paramount Pictures. Ela começou desenhando vestidos para filmes mudos, e em 1930 já era uma das mais conhecidas estilistas de Hollywood. Em 1967 abandonou a Paramounts, pela qual trabalhou 44 anos, e passou a trabalhar para a Universal. Durante sua carreira foi indicada 35 vezes ao oscar de melhor figurino, inclusive todos os anos entre 1948 e 1966. Ganhou 8 vezes a estatueta.

Edith Head foi um ícone no mundo da moda e até hoje inspira centenas de estilistas. A graça e glamour que Hollywood tivera durante seus anos de ouro devem muito a essa fabulosa estilista.

Uma curiosidade: Na animação da Pixar “Os Incríveis” a divertida estilista Edna Moda é uma provável personificação de Edith Head. Os óculos redondos e a baixa estatura da estilista provavelmente serviram de inspiração para essa simpática personagem.

Abaixo, Três de suas obras de arte na década de 50:

(Bette Davis - A Malvada - 1950)
(Liz Taylor - Um Lugar ao Sol - 1951)
(Audrey Hepburn - A Princesa e o Plebeu - 1953)

sábado, 6 de junho de 2009

Alfred Hitchcock

Loiras Frias: "Verdadeiras damas, que se tornam prostitutas entre quatro paredes"

Nascido no leste londrino e educado por jesuítas, Hitchcock entrou na indústria do cinema em 1920 como desenhista de legendas de filmes mudos, mas logo se tornou diretor de arte, roteirista e diretor assistente. Fez nove filmes mudos, entre eles “o pensionista” (1926), o primeiro com a sua marca: a breve aparição na frente da câmera.

Após a chegada do som, o britânico soube dominar a nova tecnologia, e em 1940 foi convidado por David Selznick à Hollywood para dirigir a adaptação da obra de du Maurier: Rebbeca, a mulher inesquecível. Na minha opinião, este filme está no TOP 3 de Hitch. A trama conta a história de uma jovem assistente de socialite que se apaixona por um homem extremamente rico. A jovem se casa com o milionário e vai morar em sua mansão. No entanto, o espectro da falecida primeira esposa do homem, Rebbeca, atormenta a vida da mulher a ponto de segredos de seu marido serem revelados ao longo do filme. A película foi consagrada com a estatueta da academia e Hitchcock se transformou em um dos diretores mais promissores de Hollywood.

Numa época em que os estúdios controlavam os atores e diretores, Hitchcock foi o pioneiro na independência de contrato. Dessa forma, ele escolhia os filmes que iria dirigir e para quem iria trabalhar. Em 1954, Hitchcock dirigiu Janela Indiscreta, onde um fotógrafo (James Stewart), observa seus vizinhos do prédio da frente com um binóculo. Seu par romântico no filme é a “imaculada” princesa Grace Kelly. O mais interessante desse filme, a meu ver, foi o set. Hitchcock destruiu o subsolo de um estúdio para construir o prédio da frente do fotógrafo, desse modo, ele conseguiria um ângulo tal que daria para filmar o prédio por inteiro.

Um corpo que cai, é um dos filmes mais questionados de Hitch. Alguns julgam o final um tanto quanto idiota, mas eu o considero uma obra prima. A Vertigem é abordada de um modo tão real, com cenas de alturas e de homens caindo em ângulos nunca antes visto. James Stewart é novamente o seu protagonista e a loira da vez é a irresistível Kim Novak.

Em 1960, Hitchcock atingiria o seu ápice. Psicose é um dos filmes mais lembrados de todos os tempos. Talvez não pelo o nome, mas por uma cena em particular: A morte da protagonista na metade do filme. O som estridente, a cortina rasgada e Vera Miles nua no chuveiro fizeram da cena uma perfeição em técnica, ângulo e atuação. A loira fria, que dessa vez decidiu roubar dinheiro do banco em que trabalha, não tem o tempo de se redimir e acaba sendo morta por um psicopata com um provável complexo de Édipo.

Finalizando os meus filmes preferidos do tio Hitch, quando penso em Os Pássaros eu me lembro da fotografia. As imagens são estonteantes. Uma advogada (Jéssica Tandy) se sente atraída por um cara que conhecera na loja de pássaros. Ela viaja algumas milhas para fazer uma surpresa em sua casa. Budega Bay, um vilarejo de pescadores, nunca seria mais o mesmo, com os estranhos ataques de pássaros desde a chegada da loira tarada. Nesse filme, vemos novamente uma relação estranha entre o personagem principal e sua mãe.

Sou um diretor tipificado. Se fizesse Cinderela, o público logo procuraria um corpo na carruagem.” Eu provavelmente acrescentaria uma coisa a essa frase: Procuraria também o ator sentindo um cheiro desagradável, pois um fato curioso perturba a minha cabeça e a de um amigo meu, sempre que assistimos a um filme do britânico: suas protagonistas nunca tomam banho. Às vezes passam dias com a mesma roupa, e a única que vemos tomar banho é assassinada. Hitchcock é simplesmente uma aberração psicológica: não só tendo complexo de Édipo, também é sadomasoquista, mais tarado por loiras que a xuxa e ainda tem fetiche por mulher suja. HAHA, é claro que eu estou brincando com a imagem desse magnífico diretor, que com certeza é um dos maiores do século passado e um dos que mais influencia os diretores de nossa época.