Rita Hayworth estrela esse Noir em grande estilo. O filme em sí não tem lá uma grande história, mas as atuações foram memoráveis. Principalmente a de Rita que ficou conhecida por todo o mundo após esse papel.
Um expert em ganhar dinheiro em cassinos consegue um emprego em uma grande casa noturna, se torna gerente e fica bastante proximo de seu chefe e de sua bengala (o que eu achei muito homossexual porque eles se diziam os tres mosqueteiros: o cara, o chefe e a bengala do chefe, rsrsrs) Enfim, o chefe acaba arranjando uma mulher super atraente que acaba sendo a ex namorada de seu fiel empregado. O que eu achei muito legal foi a atração dos dois pelo ódio de tempos atrás e não pelo amor que sentiam. Gilda se ve entre seu antigo namorado super atraente e o velho ricasso dono do cassino. Acaba fazendo umas besteiras como um strip tease onde canta (quer dizer, é dublada) que acabou sendo a cena mais memorável do filme.
Nota: 9,0
domingo, 25 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Pedro Almodóvar
Como estou colocando só os meu preferidos nessas primeiras postagens, está aí o melhor diretor da atualidade.
Seus filmes são extremamente provocantes e realistas, mostram a España após a morte do ditador Francisco Franco que utilizava a censura como arma política. Almodóvar explora um mundo underground abordando assuntos como o erostismo homossexual, a prostitução e assasinatos domésticos (Será que eu posso colocar isso?). Às vezes eu penso: "se juntássemos os travestis de Almodóvar e os palhaços deprimidos de Fellini daría um ótimo roteiro, pois essas duas personagens quase que constantes em seus respectivos filmes têm uma profundiade tamanha que assusta."
O primeiro filme de sucesso do español que foi exportado para o mundo foi "Mulheres à beira de um ataque de Nervos" que traz uma atriz de sucesso presa a um amante vagabundo. Almodóvar não exita em colocar situações quase impossíveis para fazer cenas interessantes e engraçadas, como o filho do cara encontrar a amante do pai e acabar beijando a amiga dela que se envolveu com terroristas e agora tem atitudes suicidas (também pudera, a namorada do cara, o cara aliás é o Antonio Bandeira, parece um travesti, mas eu acho que ela é só feia mesmo).
Outro filme que vale lembrar é "Tudo sobre minha mãe", que é o meu prefirido, não só porque o título é referencia a "All About Eve" mas pela ousadia da história: o filho de uma atriz aposentada é atropelado após tentar pegar um autógrafo de sua atriz de teatro preferida. A mãe acaba indo atrás do pai (que nem sabia da existencia do filho) na Argentina. Lá reencontra uma amiga travesti que se prostitui para viver, depois disso conhece uma noviça (Penélope Cruz) que está grávida de um outro tranvesti que tem Aids, que aliás é o pai do garoto que morreu no começo do filme! Sério, quem pensaria em um roteiro desses???
Outro que eu adorei também foi "Má Educação" que retrata um diretor de cinema que recebe uma visita de um antigo amigo do internato em que estudou quando pequeno. Ao longo do filme vemos partes da vida do menino no internato, onde era abusado pelo padre e era apaixonado por esse cara que virou diretor. Esse garoto apareceu com um roteiro no qual retratava a sua vida no internato e quando era um travesti. Esses filmes do Almodóvar são dificeis até de escrever. Mas enfim, no final o cara acaba descobrindo que o travesti morreu e o cara que apareceu com o roteiro era na verdade o irmão do que tinha morrido.
último filme do Almodóvar, também com a Penélope Cruz, "Volver" foi super aclamado pela crítica rendendo diversos premios para o Español. Esse não tem Travesti mas é tão bom quanto os outros. Conta a história de uma mulher que recebe a visita de sua mãe supostamente morta e se envolve com o assasinato do marido realizado por sua filha.
Ao longo dos filmes, mesmo não assistindo em ordem cronologica, mas sabendo as datas os filmes de Almodóvar vão amadurecendo, as história ficando cada vez mais fortes e as personagens cada vez mais complexas. Não vejo a hora de assistir ao próximo filme dele.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Parênteses - João Guimarães Rosa -
Além de cinema, vou abordar algumas outras artes que aprecio, dentre elas a Literatura.
Ano passado foi todo sobre Vestibular, e ao pensar que no começo do ano eu estava morrendo de preocupação em ter de ler 9 livros pra fazer a bendita prova eu rio. A melhor coisa do ano foi aprender tanto sobre história e literatura. Pois bem, fui ler "Campo Geral" de Guimarães, e claro que chorei (quem não chorou naquele livro tem um coração de pedra), muitos amigos é claro também adoraram o livro, no entanto, eu me pergunto quantos se interessaram em pegar para ler mais alguma coisa de qualquer autor que tenha gostado. Eu axo fabuloso os vestibulares incentivarem os alunos a lerem os livros, no entanto, isso devia começar desde cedo, os alunos deveriam ser encorajados a ler classicos da nossa literatura com 10 anos (eu também acredito que certos filmes também deveriam entrar no programa, mas isso é outra conversa). Enfim, Guimarães conseguiu conquistar a minha cabeça e o meu coração (por mais brega que essa frase possa parecer), a maneira única que esse mineiro tinha em descrever o sertão me emociona com cada conto novo que eu leio, cada novela, cada frase que ele escreveu.
Eu como um futuro Humanista (se Deus permitir vou ajudar muitas crianças na África e nos locais pobres desse Brasilzão) me apaixono ainda mais quando vejo que o artista se envolvia com questoes sociais e Guimarães não foi diferente, ele esteve na Alemanha Nazista e ajudou diversos Judeus a conseguirem passaporte para o Brasil (Foda né?!).
Concluindo: não é atoa que o meu livro preferido seja Grande Sertão: Veredas. As vezes eu me pegava lendo o livro em voz alta e quase derramando lágrimas com certas frases como: "Sempre, no gerais, é à pobreza, à tristeza. Uma tristeza que até alegra" ou "toda saudade é uma espécie de velhice", enfim, o livro é recheado com reflexões ingenuas mas tão profundas que chega doer.
"Um chamado João"
"João era fabulista?fabuloso?fábula?Sertão místico disparandono exílio da linguagem comum?Projetava na gravatinhaa quinta face das coisas,inenarrável narrada?Um estranho chamado Joãopara disfarçar, para farçaro que não ousamos compreender?Tinha pastos, buritis plantadosno apartamento?no peito?Vegetal ele era ou passarinhosob a robusta ossatura com pintade boi risonho?Era um teatroe todos os artistasno mesmo papel,ciranda multívoca?João era tudo?tudo escondido, florindocomo flor é flor, mesmo não semeada?Mapa com acidentesdeslizando para fora, falando?Guardava rios no bolso,cada qual com a cor de suas águas?sem misturar, sem conflitar?E de cada gota redigia nome,curva, fim,e no destinado geralseu fado era saberpara contar sem desnudaro que não deve ser desnudadoe por isso se veste de véus novos?Mágico sem apetrechos,civilmente mágico, apeladore precipites prodígios acudindoa chamado geral?Embaixador do reinoque há por trás dos reinos,dos poderes, dassupostas fórmulasde abracadabra, sésamo?Reino cercadonão de muros, chaves, códigos,mas o reino-reino?Por que João sorriase lhe perguntavamque mistério é esse?E propondo desenhos figuravamenos a resposta queoutra questão ao perguntante?Tinha parte com... (não seio nome) ou ele mesmo eraa parte de genteservindo de ponteentre o sub e o sobreque se arcabuzeiamde antes do princípio,que se entrelaçampara melhor guerra,para maior festa?Ficamos sem saber o que era Joãoe se João existiude se pegar."
Carlos Drummond de Andrade - 22/11/1967 - Versiprosa
"João era fabulista?fabuloso?fábula?Sertão místico disparandono exílio da linguagem comum?Projetava na gravatinhaa quinta face das coisas,inenarrável narrada?Um estranho chamado Joãopara disfarçar, para farçaro que não ousamos compreender?Tinha pastos, buritis plantadosno apartamento?no peito?Vegetal ele era ou passarinhosob a robusta ossatura com pintade boi risonho?Era um teatroe todos os artistasno mesmo papel,ciranda multívoca?João era tudo?tudo escondido, florindocomo flor é flor, mesmo não semeada?Mapa com acidentesdeslizando para fora, falando?Guardava rios no bolso,cada qual com a cor de suas águas?sem misturar, sem conflitar?E de cada gota redigia nome,curva, fim,e no destinado geralseu fado era saberpara contar sem desnudaro que não deve ser desnudadoe por isso se veste de véus novos?Mágico sem apetrechos,civilmente mágico, apeladore precipites prodígios acudindoa chamado geral?Embaixador do reinoque há por trás dos reinos,dos poderes, dassupostas fórmulasde abracadabra, sésamo?Reino cercadonão de muros, chaves, códigos,mas o reino-reino?Por que João sorriase lhe perguntavamque mistério é esse?E propondo desenhos figuravamenos a resposta queoutra questão ao perguntante?Tinha parte com... (não seio nome) ou ele mesmo eraa parte de genteservindo de ponteentre o sub e o sobreque se arcabuzeiamde antes do princípio,que se entrelaçampara melhor guerra,para maior festa?Ficamos sem saber o que era Joãoe se João existiude se pegar."
Carlos Drummond de Andrade - 22/11/1967 - Versiprosa
Vidas Amargas (East of Eden) 1955
James Dean!
Nem sei nem o que escrever depois desse nome, realmente fico emocionado em pensar o que mais viria de uma pessoa tão talentosa. Quantos classicos teríamos apenas por sua atuação. Dean morreu muito jovem, em um acidente de carro, e deixou três filmes memoráveis - Juventude Transviada, Assim Caminha a Humanidade e Vidas Amargas -. Dentre 10 pessoas, 9 provavelmente dirão que o melhor filme de Dean foi Juventude Transviada, mas no meu caso, Vidas Amargas tem uma profundidade tão grande que a atuação de Dean transcende a perfeição. James Byron Dean: só tendo o nome do meio em homenagem a um grande autor romântico para explicar tal atuação.
Eu realmente não estou muito afim de falar do filme em sí, porque pra mim só vendo pra entender o que eu estou falando.
Mas essa cena em particular que eu vou postar abaixo resume muito do que eu quero dizer. No roteiro original, quando o pai de Cal rejeita o dinheiro que o filho lhe oferece ,por pensar que é roubado, Dean tinha de sair pela porta, mas não sei qual santo baixou naquele muleque pra ele se emocionar tanto e fazer uma das cenas mais perfeitas de todas quando pula nos braços do pai.
Nota: 10,0
A Malvada (All About Eve) 1950
"Fasten your seatbelts..
it's going to be a bumpy night! "
Dirigido por Joseph L. Mankiewicz esse filme tem tudo. Roteiro afiado, atores excelentes, figurino maravilhoso (desenhado por Edith Head, é claro) e uma fotografia de prender a atenção do mais desinteressado por filmes em PB.
Desde o começo do filme ficamos intrigado pela premiação de Eve Harrington (Anne Baxter) e a cara de bunda de Margo Channing (Bette Davis) que assisti a tudo com um cigarro aceso (aquela mulher era uma verdadeira caipora) . Em um Flashback imenso, a história de Eve é nos revelada, desde o encontro com a sua ídola dos teatros até a sua usurpação. Cenas como a briga de Margo com seu namorado e diretor Bill Simpson e a do discurso de Eve são memoraveis. Mas o final é de arrepiar, a cena dos espelhos em que Phoebe segura o premio ganho por Eve é pra mim um dos melhores finais de todos os tempos.
Enfim, essa superprodução levou 6 premios da academia e é simplismente o meu filme preferido. Difícil superar um conjunto tão perfeito.
Nota: 10,0
Assinar:
Postagens (Atom)