sexta-feira, 17 de abril de 2009

A Primeira Noite de um Homem (The Graduate) 1967


“Mrs. Robinson, you’re trying to seduce me...”

Uma das frases mais famosos do cinema norte americano vem de um dos filmes mais bem montados do cinema norte americano. “The Graduate” é o tipo de filme que eu penso que se uma pequena coisa tivesse sido mudada ele não teria a mesma sensação. Se tivesse ido para Robert Redford o papel de Benjamin Braddock, se o roteiro não tivesse sido escrito por Willingham e Buck Henry, se não tivesse sido dirigido por Mike Nichol e se a trilha sonora não tivesse sido feita por Simon and Garfunkel. Meu Deus, se a trilha sonora não tivesse sido feita por Simon e Garfunkel, concerteza o filme não seria o mesmo.

Passar a insegurança de um recém formado que não sabe absolutamente nada do que fará em sua vida após voltar para sua casa em Pasadena é um trabalho feito com perfeição por Dustin Hoffman. O começo do filme, com closers de Hoffman, nos fazem sentir em sua situação: encurralado naquela sociedade fria, que apenas julga. A partir do momento que Anne Bancroft, a Senhora Robinson, entra em cena, conseguimos sentir como o personagem de Hoffman se transforma. A insegurança se mistura com a curiosidade do jovem Braddock pela mulher mais velha, casada e amiga de seus pais. Os planos de filmagem se tornam mais amplos.

Cenas memoráveis com filmagens estonteantes são extremamente comicas, o que tornam o filme cada vez mais interessante e gostoso de assistir. No entanto, Desaconselho os claustrofobicos a assistirem a cena em que a camera está no escafandro, ela deixa qualquer um desconfortável. A sequencia de cenas em que Benjamin já está acostumado com a vida mole que leva: ficar na piscina, traçar a Mrs. Robinson e beber cerveja é uma obra de arte.

A virada que a obra dá, quando Braddock se vê apaixonado pela filha da Senhora Robinson é a “cereja” do filme. Enfim, quando penso em “A Primeira noite de um Homem” penso em um projeto. Peças que estavam dispostas em Hollywood e foi Mike Nichols que as juntou. As juntou com precisão e as tornou em uma obra de arte. Claro que muitos iriam dizer que eu estou exagerando, mas se pensarmos em Hollywood de hoje, quantos filmes vemos nesses moldes? Com essa precisão de detalhes? Com esse roteiro? E principalmente: com essa música?


sábado, 11 de abril de 2009

Parênteses - Greta Garbo -

Greta Garbo nasceu em 18 de setembro de 1905 em Estocolmo na Suécia. Garbo estudou arte dramática na Kungliga Dramatiska Teatern quando foi descoberta pelo diretor finlandes Mauritz Stille, que a partir de então passou a ser sua figura paterna. Eles fizeram apenas um filme juntos, mas continuaram na trajetória da promissora atriz até hollywood.

Stiller levou Garbo à Alemanha onde trabalhou com o expressionista alemão Georg Wilhelm Pabst. A atuação de Garbo chamou a atenção do magnata dono dos estúdios MGM, Louis B. Mayer.

Greta e Stiller estavam quase desistindo da carreira pela demora em conseguir levar a atriz sueca ao estrelato. Um dos motivos era a aparencia de Garbo, que fugia dos padrões estilo Lilian Gish da época. Outro motivo era a dificuldade de comunicação, Garbo ainda estava aprendendo o inglês quando chegou aos Estados Unidos. No entanto, um ensaio fotográfico em Nova York com o fotografo Arnold Genthe mudou o jogo para a atriz. Garbo acabou assinando um contrato com a MGM de 400 dólares semanais.

A partir daí, Garbo virou um ícone do cinema mudo trabalhando diversas vezes com o ator John Gilbert com o qual teve uma relação amorosa. Um dos filmes de destaque da dupla foi “A carne e o Diabo” (1927) no qual interpreta uma mulher que apaixonada por um homem que pensou não ver mais acaba se casando com o melhor amigo dele.

Um dos motivos para Garbo se destacar no cinema mudo era a sutileza de sua atuação, ela sabia que nas telas sua expressão poderia ficar um tanto quanto forçada, portanto, fazia o máximo para interpretar com a maior delicadeza e com um olhar penetrante que ficou marcado em todos os seus filmes.

Era fato que Garbo sabia atuar. Seu olhar, seus movimentos, todas as suas expressões a faziam uma das melhores atrizes da época, além de uma das mais bem pagas. No entanro, em 1929, com o lançamento de “O Cantor de Jazz” pela Warner Bros e a introdução do áudio nos cinemas fizeram com que muitos atores e atrizes perdessem o glamour que esbanjavam na tela.

Em 1930, Garbo atuaria em “Anna Christie” e o que todos se perguntavam era “como é sua voz?”. Em uma cena memorável, Garbo diz sua primeira fala, e para a surpresa de todos, sua voz era tão impactante quanto sua imagem. A atriz atuou com o seu antigo romance das telas e fora delas John Gilbert, mas sua voz estragou sua carreira, assim como a de tantos outros atores do cinema mudo.

Um dos meus filmes preferidos de Greta, "Grande Hotel" (1932) estreou com o anuncio de “Mais estrelas do que o céu”, na época todos os artistas eram contratados pelo estudio, e a MGM fazia questão de divulgar suas estrelas como uma família. Arbo fazia parte dessa família, e em Grande Hotel atuou simplismente com Joan Crowford, John Barrymore, Lionel Barrymore e Wallace Beery. Em uma das frases mais marcantes do cinema “I want to be Alone”, Garbo passa também uma mensagem para os paparazzis e todos os tablóides que a importunavam, era o começo de sua irritação pela carreira.

Em 1935 atua em "Anna Karenina", baseado no romance de Leon Tolstói. A história se passa na rússia, onde uma nobre belissima se apaixona por um oficial ao visitar sua cunhada em Moscou. Ela tenta o divócia mas não ocnsegue, então foge com o amante para a Itália, no entanto, o romance esfria e acaba com um trágico final.

Garbo faz sátira com sua imagem fria e esteriotipada em 1939 com “Ninotchka”. Neste filme ela interpreta uma agente do governo sovético que vai à França em uma missão. No entanto, acaba se apaixonando por um rapaz estrovertido e pela cidade das luzes. O filme foi divulgado com o slogan “Garbo ri!”, quebrando a imagem séria da atriz.

Abalada pelas criticas de seus ultimos filmes e atordoada pela Segunda Guerra Mundial, Garbo decide finalizar sua carreira como atriz. Compra um apartamento em Nova York e chega a mudar de nome.

Garbo foi uma das atrizes mais influentes do mundo. Inspirou diversas estrelas, tais como Mae West, Bette Davis e Joan Crawford. Seu legado de ótimos filmes, com atuações magnificas ficarão para sempre na história do cinema!


quinta-feira, 2 de abril de 2009

O Sol é para Todos (To Kill a Muckingbird) 1962


Baseado na obra de Harper Lee, a história se passa em 1932 quando Jean Louise Finch (Mary Badham) se lembra de seus seis anos. Nessa época, seu pai, um advogado de uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos decide defender Tom Robinson (Brock Peters), um jovem negro acusado injustamente de estuprar uma mulher branca.
O começo do filme pode ser considerado ingenuo. Por muitos, fraco. Retrata pequenos acontecimentos dos dois filhos do avogado: O medo de um vizinho que dizem ser louco, a amizade com um menino que ia passar o verão na casa da tia e algumas questões sociais, como a ingenuidade da menina em entender o constrangimento das pessoas mais pobres sobre o fato de seu pai ajudá-los.
No entanto, ao longo do filme, a ingenuidade vai se tornando um personagem. Assistimos apenas a pequenas situações do pai tratando do caso do jovem acusado, tudo pelo olhar das crianças. A sensibilidade em tratar um tema tão forte para a época é para mim o ponto forte do filme. Desde o cenario da cidade pacata até o julgamento onde as crianças vão escondidas assistir.

Devemos aplaudir a atuação (que rendeu o oscar) sempre impecavel de Gregory Peck. No entanto, a atuação de Brock Peters não pode ser nem comparada: uma das melhores em anos, que infelizmente a academia deixou de lado. É incrivel como depois de terem visto um filme tão forte sobre o proprio tema do preconteito racial eles ainda não terem feito juz ao ator.

Uma cena em particular que me deixou bastante emocionado é a do final da sentença do jovem: após a sentença do juri decidir que o jovem era culopado, todos os brancos que estavam na parte de baixo da corte saem de cena, os negro, no entanto, que estavam na parte de cima da corte junto com os filhos do advogado, continuam lá, enquanto o advogado arruma sua pasta. Quando ele passa, todos se levantatam. Um pastor negro diz a filha do advogado: " Levante senhorita Jean Louise, seu pai está passando".


Nota: 10,0