sexta-feira, 17 de julho de 2009

Quase Famosos (Almost Famous) 2000

''Never take it seriously, If you never take it seriously you never get hurt. If you never get hurt, then you always have fun, and if you ever get lonely you just go to the record store and visit your friends.''

Meu interesse pelos anos 70 americano começou por causa de um seriado transmitido pela Sony chamado That 70’s show. Ele contava a história de seis adolescentes em uma época em que a maconha era o lanche da escola e o Rockn’roll era a trilha sonora. A primeira vez que eu assisti à “Quase Famosos” esse seriado me veio à mente quase que instantaneamente. A fotografia, a história e principalmente as musicas eram uma verdadeira homenagem a essa época extremamente interessante e marcante para a cultura norte americana.

O diretor Cameron Crowe baseou o roteiro em suas próprias memórias quando escrevia para a Rolling Stones sobre a banda Led Zeppelin, aos 15 anos, e participou de parte da turnê da banda. Ele se transpôs ao personagem William Miller (Patrick Fugit), um adolescente de 15 anos, criado por uma mãe solteira, professora universitária e um tanto quanto controversa. Sua irmã, a rebelde da família, ao mudar para São Francisco com o namorado, deixa para William todos os seus álbuns de Rock.

A idolatria de William por bandas como Black Sabbath, Led Zeppelin, The Beach Boys, e outras, o transforma em um jornalista de rock em potencial. Ele conhece Lester Bangs (Philip Seymour Hoffman) – que aliás era um verdadeiro jornalista de rock, ao qual Cameron era amigo – que lhe oferece um trabalho na revista Cream. Seus artigos chamam a atenção da maior revista de rock do país – A Rolling Stones -. William sai em turnê com a banda Stillwater e conhece Penny Lane (Kate Hudson), a personagem mais intrigante do filme. Ela pode ser chamada de Groupie (Fãs de bandas que dormiam com os integrantes), mas ela se considera uma “ajudante da banda”.

O filme não conta apenas com atuações memoráveis, destaque para Kate Hudson e Frances McDormand, que interpreta a histérica mãe de William; mas também com cenas memoráveis. A banda cantando “Tiny Dancer” de Elton John no onibus é simplesmente nostálgica, até mesmo para quem não a conhecia; Kate Hudson derrubando uma lágrima ao ser recriminada por William devido ao seu amor por Russel (guitarrista da banda Stillwater) é inesquecível, ela conseguiu criar uma personagem tão intrigante e esférica que se tornou a capa do filme. E a banda no corredor do aeroporto após a dramática viagem tem de fundo um solo de gaita que dá vontade de ouvir por horas e se lembrar de algo que a gente não viveu.

Já vi criticas sobre o filme recriminando-o devido às drogas e “porra-louquices” que são mostradas. Eu o recrimino em parte por ter pegado tão leve. Mostrar a realidade é a forma mais pura de homenagear algo e foi isso que Quase Famosos nos proporcionou: Respirou o Rock e homenageou os anos 70.

3 comentários:

  1. Se Stanley Kubrick e Steven Spielberg mostrassem apenas a realidade, o que seria dos signos visuais? E da ficção?
    A realidade nao serve apenas para homenagear, mas para flagrar algo, construir ou desconstruir.

    "Hair" homenageou os anos 60-70, mas por acaso mostrou apenas a realidade? É possível falar de drogas e sexo sem mostrá-los literalmente.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eu escrevi a critica de uma semi-autobiografia, em que a falta de fatos reais sobre a época acabaria em uma perda importante para o filme em questão. Ficção cientifica é um genero um tanto quanto diferente do filme citado; e Hair é um musical, não tinha compromisso com a realidade da época tanto quanto a um drama que tinha por base a visão de uma pessoa que a viveu. O filme "W" de Oliver Stone nos mostrou uma pseudo-realidade do governo Bush e por esse motivo foi tão criticado, por não mostrar a realidade.

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